Determinar a frequência de hiperparatireoidismo assintomático em uma amostra de pacientes com FM e avaliar a associação das alterações laboratoriais com a sintomatologia.
Estudo transversal com 100 mulheres portadoras de FM e 57 mulheres saudáveis (grupo de comparação). Foram pesquisados os níveis de paratormônio (PTH), cálcio e albumina, além da pesquisa de sintomas no grupo com FM.
No grupo com FM, os valores médios de cálcio sérico (9,6 ± 0,98 mg/dL) e de PTH (57,06 ± 68,98pg/mL) foram considerados normais, embora os níveis de PTH tivessem sido significativamente maiores do que no grupo de comparação (37,12 ± 19,02 pg/mL; p = 0,001). O hiperparatireoidismo hipercalcêmico foi diagnosticado em 6% das pacientes com FM e 17% delas apresentaram apenas PTH elevado, o que caracterizou o hiperparatireoidismo normocalcêmico, frequências maiores do que esperada para a faixa etária. Não houve associação significativa entre hiperparatireoidismo e sintomas da FM, com exceção da epigastralgia, que foi mais frequente no grupo de pacientes com as duas doenças concomitantes (p = 0,012).
Houve frequência elevada de hiperparatireoidismo em portadoras de FM quanto à população geral. Hiperparatireoidismo normocalcêmico também foi mais frequente em pacientes com FM. Estudos longitudinais e com maior número de pacientes são necessários para avaliar se trata‐se apenas de uma associação ao acaso, se as elevações séricas do PTH fazem parte da fisiopatologia da FM ou, ainda, se não seriam casos de FM, e sim de hiperparatireoidismo.