Coorte prospectiva dos nascidos vivos com idade gestacional de 230/7‐316/7 semanas, peso ao nascer de 500‐1.499g sem malformações em 19 maternidades públicas de nove capitais na Região Nordeste do Brasil de julho a dezembro de 2007. Os 19 hospitais foram avaliados com relação aos recursos físicos, equipamentos, recursos humanos e iniciativas de busca de qualidade no atendimento. As características hospitalares, maternas e neonatais, a morbidade neonatal, os procedimentos e as intervenções neonatais foram comparados entre os recém‐nascidos pré‐termo que morreram ou sobreviveram até 24 horas. As variáveis associadas ao óbito até 24 horas após o nascimento foram determinadas por regressão logística.
Dos 627 recém‐nascidos incluídos no estudo, 179 (29%) morreram até 168 horas de vida, dos quais 59 (33%) até 24 horas e 97 (54%) até 48 horas. As variáveis associadas ao óbito <24h foram: peso <1.000g (2,94; 1,32‐6,53), Apgar 5° minuto <7 (7,17; 3,46‐14,88), sexo masculino (2,99; 1,39‐6,47). A melhor estrutura hospitalar foi fator de proteção para o óbito neonatal precoce (Odds Ratio 0,34; Intervalo de Confiança 95% 0,17‐0,71).
A elevada mortalidade neonatal no primeiro dia de vida nas capitais do Nordeste brasileiro associa‐se a variáveis biológicas, como o peso e o sexo do recém‐nascido, assim como à baixa vitalidade ao nascer e à pior infraestrutura do hospital no qual o parto ocorreu.