Os resultados de uma comparação indireta dos ensaios RE‐LY e ROCKET AF, que permitiu determinar diferenças de eficácia entre dabigatrano e rivaroxabano, foram utilizados num modelo de Markov que simula a evolução dos doentes prevendo a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais isquémicos e hemorrágicos, de acidentes isquémicos transitórios, de embolias sistémicas, de enfartes agudos do miocárdio e de hemorragias intra e extracranianas.
A utilização de dabigatrano está associada a melhores resultados clínicos. De facto, a diminuição de eventos reflete‐se numa maior sobrevida (8,41 versus 8,26 anos) e em mais anos de vida ajustados pela qualidade (5,87 versus 5,74). Paralelamente, o menor custo diário de tratamento e a redução de custos com eventos conduzem a uma poupança de recursos valorizada em 367 € por doente, na perspetiva da sociedade.
Os resultados mostram que o dabigatrano constitui uma alternativa dominante, ou seja, permite obter melhores resultados clínicos com menores custos. A análise de sensibilidade demonstra que os resultados são robustos, mesmo quando considerada a incerteza inerente a uma comparação indireta. Assim, é possível concluir que na prática clínica portuguesa a utilização de dabigatrano deve ser preferida à utilização de rivaroxabano.