Realizou‐se um estudo retrospetivo e observacional através da análise de 2.977 radiografias panorâmicas, correspondentes aos pacientes adultos que vieram à Clínica Dentária Universitária da Universidade Católica Portuguesa de Viseu, no período de 2011‐2013. Selecionaram‐se todos os processos que preenchiam os critérios de inclusão e analisaram‐se segundo variáveis como: género, idade, classificação de Winter, classificação de Pell & Gregory, características anatómicas das raízes e sua relação com o canal mandibular, localização e orientação, quer tridimensional quer no plano sagital, e comorbilidades associadas à retenção.
De entre os vários resultados evidenciados podemos salientar: que 16,6% da população em estudo apresenta dentes retidos; que os terceiros molares inferiores foram o grupo de dentes que se encontrou mais frequentemente retido; que a posição mais comum de retenção dos terceiros molares foi a vertical e a IIA de Pell e Gregory; que o nervo alveolar inferior se apresentava numa relação de proximidade com as raízes dos terceiros molares em cerca de 45% dos casos; que a retenção do canino por palatino é muito mais comum que a retenção por vestibular; e que são raros os casos que se encontram de transmigração.
Apesar das limitações da ortopantomografia, esta constitui um exame de grande importância para o diagnóstico inicial e avaliação de dentes retidos, que permite obter resultados de prevalências bastante fiáveis.